Católicos, muçulmanos, umbandistas e judeus defendem a liberdade religiosa.
Atriz Zezé Motta diz que já sofreu preconceito na infância.
Caminhada religiosa reúne pessoas de várias religiões na Praia de Copacabana (Foto: Carolina Lauriano)
Católicos, judeus, muçulmanos, umbandistas, índios, ciganos, candomblecistas e evangélicos se reuniram, entre fiéis de outras religiões, neste domingo (19), na orla de Copacabana, para a III Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. O objetivo é combater a intolerância religiosa.Milhares de pessoas se concentraram desde as 11h no Posto 6 e marcharam, por volta das 14h, em direção ao Leme, na Zona Sul do Rio.
O babalaô Ivanir dos Santos, que no Brasil representa a religião do candomblé, é o principal idealizador da caminhada. Segundo ele, uma das vontades do movimento é por em prática o Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi entregue à Presidência da República em 2008.
Ele também acredita que é preciso investimentos na educação, pois o preconceito começa já na infância. “Uma forma de combater a intolerância é combater a ignorância. É preciso medidas na educação”, disse.
Um dos objetivos dos organizadores é a aplicação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LBD), tornando obrigatório o ensino de história e cultura da África e das populações negras brasileiras nas escolas do país.
Zezé Motta diz que já sofreu preconceito religioso

religiosa (Foto: Carolina Lauriano)
Zezé contou ainda que foi criada em colégio kardecista, mas depois passou por outras religiões. “Quando saí de lá rodei, rodei, sempre em busca de uma relação com o divino. Passei um ano no Santo Daime. Me batizei aos 15 anos, como testemunha de jeová, tenho intimidade com o candomblé, mas voltei a ser kardecista”, declarou.
O evento é organizado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que desde 2008 promove a caminhada, após uma série de casos de preconceito contra a religião. De acordo com a organização do movimento, em setembro de 2008, 20 mil pessoas participaram da marcha. Em 2009, o público foi de 80 mil pessoas.
Autoridades representantes de dezenas de religiões se reuniram para declarar o apoio à diversidade de credos.
“Nós como judeus não permitimos que haja discriminação, para que ninguém se sinta diminuído por sua crença”, afirmou a presidente da Federação Israelita do Estado do Rio, Léa Pustilnic Lozinsky.
O sheik Ahmad, representante da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio, disse que um dos motivos de estar presente na caminhada é a crença do muçulmano no diálogo religioso.
Durante o percurso são realizadas diversas atividades culturais, como shows, roda de capoeira, cirandas e dança cigana.
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